Até o ano de 1965 o exercício da profissão, hoje denominada Administrador, aparece como Profissional Liberal com a denominação de Técnico em Administração criada pela consolidação da lei trabalhista de 1943. (Decreto Lei nº 5.452 de 1º de Maio de 1943).
Neste ano foi aprovada a Lei 4.769 de 9 de setembro de 1965 a qual foi regulamentada pelo Decreto 61.934 de 22 de dezembro de 1967, nesse decreto foi definido o campo de atuação profissional do Técnico em Administração, agora com exigência de nível superior, até aquele momento qualquer outro profissional que exercesse a atividade dita de Gerência, Coordenação e Chefia recebeu o direito de ser registrado como Técnico em Administração.
A lei que criou o Conselho Federal dos Técnicos em 1965, já previa o direito de emitir Carteira Profissional para esses profissionais que não tinham o curso especifico em Administração.
No ano de 1976 estando a lecionar na Faculdade Tiradentes – UNIT – e também na Universidade Federal de Sergipe – UFS – tentei unificar e fortalecer a categoria dos Técnicos da UFS, tomando a iniciativa de criar uma Associação Profissional dos Técnicos em Administração de Sergipe – APTASE – com a finalidade de unificar a profissão e abrir o mercado de trabalho que até então só oferecia vagas nas áreas de Contabilidade, Economia, Direito e Serviço Social, a profissão de Técnico, portanto, não era conhecida ainda, nesse momento consegui aglutinar 85 profissionais, tanto pertencentes à UFS quanto à Faculdade Tiradentes no sentido de, não permanecer o conceito que na época alguns incentivavam, de que os alunos formados pela UFS eram mais importantes do que os formados pela Faculdade Tiradentes, visto que, essa ultima por ser Faculdade particular, necessariamente, pagava-se mensalidade e por isso o preconceito existente na época era estimulado por alguns participantes da UFS, que alegavam ser a Faculdade Tiradentes de segunda categoria, ou seja, PP (pagou passou).
Em 5 de setembro de 1976 fundei a já mencionada Associação, nesta época os alunos formados tanto pela UFS quanto pela Faculdade tinham que se registrar no conselho federal da Bahia, visto que em Sergipe não existia uma Regional do Conselho Federal. Outro objetivo com a criação da associação é que a legislação da época exigia que para se criar um sindicato exigia o ritual de dois anos de atuação de uma associação e depois se requisitava o registro e criação do sindicato no ministério do trabalho. Esse era um dos objetivos da criação da associação.
Infelizmente decorrido 38 anos desses acontecimentos a ata de criação não foi localizada, mas o registro do CNPJ na Receita Federal sim.
Como a UFS formava em média 10 a 12 Técnicos por ano e a Tiradentes liberava cerca de 50 ou até mais, de cada vez, formou-se um grupo de Técnicos já liderados pela Tiradentes, visto que, numericamente era bem maior do que o grupo criado, esse tomou a iniciativa que na época achei louvável de criar o Conselho Federal de Técnicos em Administração – Região Sergipe, cheguei para prestigiar e transferi minha carteira de Técnico em Administração do Conselho Regional de Brasília para o Conselho daqui, na ilusão de que iríamos nesse grupo de Sergipe discutir princípios, ética, trabalhos, teses e etc, na área profissional.
Grande foi a minha decepção quando identifiquei que a eleição de todos os membros, foi articulada dentro da Tiradentes isolando a participação de colegas da Federal, fato que me deixou muito triste e que me fez desistir de participar do referido conselho. Para constatar essa pequena história identifique quantos mandatos se repetiram nesses conselhos, desvirtuando na época a visão do empresário que comandava a entidade de ensino e o meu pensamento que era puro e simplesmente profissional, não com interesse de manipular o Conselho.
O que hoje me deixa feliz e tranquilo é que a quantidade de profissionais liberados no mercado por si só foi ajustando os competentes e selecionando aqueles com menos qualificações, após esse tempo constato o que já imaginava naquela época que o curso de economia ia se esvaziar só permanecendo contabilidade e Administração. É só constatar o número de vagas quando abre o vestibular.
No ano de 1985 mais especificamente no mês de junho a lei 7.321 de 1985 transformou o nome de técnico de administração para administrador.
Evolução desta profissão no mercado de trabalho atual.
Na fase de técnico de administração quando me formei em 72, na UNB tínhamos a opção de graduar-se em bacharel em técnico em administração na opção de publica e privada, nessa época as instituições consideradas TOP eram: Graduação em Técnico de Administração na área privada. Era a Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro e São Paulo e Administração publica a UNB. Com a evolução dos tempos e a demanda crescente das empresas por essa área, as instituições privadas visando mais lucro e aumentar o número de alunos, começou a partir de 1967 exigir através do decreto de 65, as disciplina do magistério no campo de Organização e Administração.
Com o decorrer dos anos, a evolução do mercado, a decadência dos regimes totalitários e ascendência dos regimes capitalistas, o campo de atividade dessa profissão foi se abrindo cada vez mais, exemplo é que hoje as instituições privadas abrem curso de Administração e colocam como outras opções: Recursos Humanos, em Marketing, Logística, Finanças, pois o mercado exige cada vez mais profissionais especializados em cada área, o que então concretizou, para minha alegria, o que eu sempre pensei lá atrás, esse curso é tipicamente capitalista deixando para trás todos aqueles colegas sonhadores com Regime de Instituição.
Fato pitoresco com a profissão
Ao chegar formado em Sergipe fui indicado pelo Condese para entrevista na Telergipe, no Deso, que eram empresas de economia mista, chegando lá o diretor da administração e finanças e militar que era economista ao me receber com oficio do secretario de planejamento. Leu em minha frente e disse: você formado em técnico de administração. Sou meu amigo com todo prazer. Ele então revidou.
Essa profissão sua é a que faz tabelinhas com umas caixinhas é. Eu olhei e pensei tanta coisa a respeito da mãe dele, mas não pude externar por questão de ética, só fiz dizer essa caixinha que o senhor esta dizendo a denominação é organograma o senhor sabe o que é isso. Ele ficou calado. Então eu disse é a representação gráfica do que esta definida no estatuto de sua empresa que o senhor não sabe e nem tem, ai perguntei a ele, existe o organograma, ele disse não, mas vamos fazer, infelizmente não tem emprego para o senhor, aqui só tem vaga para contador, advogado e economista e eu sai com aquela frustração que é natural de um jovem cheio de sonho na cabeça e com pena deste profissional que depois veio a falecer em Brasília de tédio, pois foi desenvolver suas atividades numa área especifica de administração na Telebrás.
Por força do destino quando estava fazendo o curso de especialização em Brasília tive a oportunidade de dar uma palestra na área de recursos humanos onde o rapaz era diretor e mandei um recado se ele fosse para a palestra iria desmoraliza-lo.
Confira no link abaixo o documento na íntegra: